Introdução
Este livro foi elaborado para demonstrar que a mobilização do movimento ambientalista internacional, apoiado em sua vasta rede de organizações não-governamentais (ONGs), nada tem a ver com uma pretensa proteção do meio ambiente e de povos indígenas que ainda vivem à margem da civilização. Em especial, no caso do Brasil e seus vizinhos sul-americanos, as ações do aparato ambientalista respondem a uma estratégia habilmente articulada pela oligarquia anglo-americana, para obstaculizar quaisquer tentativas de desenvolvimento das vias naturais de integração física do País com o restante do subcontinente, além da conquista de uma base de capacitação científico-tecnológica crucial para um processo compartilhado de progresso socioeconômico duradouro. Neste contexto, ações que para mentes ingênuas ou desinformadas se revestem de um caráter bem-intencionado e até “romântico”, podem resultar na interrupção de uma hidrovia, da construção de um porto, da potencial irrigação de áreas agrícolas, da construção de uma usina hidrelétrica ou nuclear. Em tais casos, as “boas menções” ou o “romantismo” cedem a vez a uma verdadeira sabotagem das perspectivas de progresso de uma sociedade, cuja consequência última pode ser um genocídio em potencial. Desafortunadamente, o obscurantismo ambientalista tem vitimado muitas pessoas bem-intencionadas, que creem sinceramente que estamos diante do “Armagedon ambiental”. Em verdade, a grande ameaça global provém das crescentes desigualdades socioeconômicas, concentradoras das riquezas mundiais nas mãos de uma restrita parcela de privilegiados-cenário que, se não for revertido, quase certamente mergulhará o planeta numa era de convulsões. Quanto à suposta crise ambiental, felizmente para a Terra e a Humanidade, ela simplesmente não existe. Existem problemas ambientais, em sua maioria de âmbito local ou regional, que podem e devem ser enfrentados e solucionados com o recurso à ciência, tecnologias mais eficientes, vontade política e, sobretudo, doses planetárias de bom senso.
Grande par dos verdadeiros problemas ambientais decorre da falta de desenvolvimento. Três quartos do desmatamento mundial se destinam à obtenção de lenha, o recurso energético mais primitivo usado pelo homem. As queimadas constituem a forma mais rudimentar de pre paração de terrenos para a agricultura. A falta de saneamento básico é uma das principais causas de poluição dos cursos d’água nos países sub desenvolvidos. A pior poluição é a da pobreza, diziam com propriedade os delegados brasileiros às primeiras reuniões internacionais sobre meio ambiente, na década de 70. Para combatê-la eficazmente, e promover um desenvolvimento verdadeiramente duradouro, é imprescindível rejeitar o obscurantismo ambientalista. Por isso, elegemos para a capa deste livro uma estilização da imagem do deus pagão Saturno ou Cronos, deus do tempo, o mais novo e cruel filho de Urano e Gaia, magistralmente retratado pelo pintor espanhol Francisco Goya no quadro Saturno devora seus filhos. Como se sabe, Gaia é a deusa da Terra, oriunda do Caos e adotada como símbolo pelo movimento ambientalista. Na mitologia grega, para dominar o Universo e por ordem de Gaia, Cronos castrou seu pai e governou depois de devorar os seus próprios filhos, por receio de vir a sofrer o mesmo destino que seu progenitor. A imagem de Saturno representa a idéia da oligarquia devorando o homem, caracterizada na falaciosa sugestão da luta de todos contra todos com que Thomas Hobbes propunha explicar a natureza humana. A mesma concepção bestial do homem se manifesta nas teses antiprogressistas de Giammaria Ortes e seu plagiador, o célebre reverendo Thomas Malthus, e em suas recentes reformulações sobre os “limites ao crescimento” elaboradas pelo Clube de Roma, que estão na origem do atual movimento ambientalista. O Brasil e os demais países da Ibero-América têm sido alvos preferenciais dessa investida. A sanha com que a oligarquia anglo-americana investiu contra o presidente peruano Alberto Fujimori, depois do seu histórico discurso na cúpula sul-americana em Brasília, em setembro de 2000, quando conclamou à formação dos “Estados Unidos da América do Sul”, como um bloco econômico independente para promover o desenvolvimento regional conjunto, revela o quanto lhe causa pânico a mera possibilidade de um desenvolvimento soberano da região, baseado na exploração inteligente dos vastos recursos humanos e naturais desta. Com o sistema financeiro internacional em franco processo de decomposição, a oligarquia financeira de Londres e Wall Street vê com grande preocupação a menor possibilidade de que o Brasil possa se unir às nações vizinhas para encabeçar um processo de desenvolvimento fora do seu controle.
A despeito da saída de Fujimori e do caos que se estende pelo sub continente, desde a Colômbia até a Argentina, fomentada pelas redes a serviço da oligarquia anglo-americana, com o Departamento de Estado dos EUA à frente, a única solução duradoura para essa crise é a integração física e o pleno desenvolvimento agroindustrial dos países da região. Para isto, são necessárias ações coordenadas para a reforma do atual sistema financeiro internacional, que estejam em harmonia com os princípios regentes do Estado nacional soberano. Como exemplo de tais iniciativas, remos os esforços das nações asiáticas para a formação de um bloco eco nômico independente da influência e das diretrizes do Fundo Monetário Internacional (FMI). É evidente a oportunidade histórica de que desfruta o Brasil neste momento, para exercer o seu legítimo direito de liderar um bloco sul-americano e conquistar o desenvolvimento econômico e a justiça reclamados pelos 450 milhões de habitantes da região.
NOSSAS CREDENCIAlS
A nossa experiência na luta contra a utopia ambientalista proposta pela oligarquia malthusiana anglo-americana vem de longa data. De fato, há mais de 30 anos, Lyndon LaRouche criou o seu movimento político e fundou pouco depois a revista Executive lntelligence Review (EIR), como uma “força-tarefa” para combater mundialmente o projeto das oligarquias para submergir o mundo em uma nova idade das trevas, ou se se preferir o uso de termos “politicamente corretos”, em uma “aldeia global”. Desde os anos 50, LaRouche reconheceu desde o nascedouro a malignidade das teorias de Norbert Wiener sobre a “inteligência artificial” e as tentativas de aplicação da “teoria dos jogos” de John von Neumann à economia. Já então, advertia que caso se tornassem hegemônicas -como de fato viria a ocorrer -, elas promoveriam a formação de gerações de indivíduos incapazes de desenvolver uma mentalidade científica coerente com a corrente historicamente mais criativa do pensamento científico -derivada da obra de Platão, Nicolau de Cusa, Kepler, Leibniz, Gauss, Riemann, Vernadsky etc. -,como também de aplicar corretamente os avanços científico-tecnológicos na economia real, o que de fato nos levaria a ter pelo mundo inteiro estagnação e economias de “crescimento zero”. Mais tarde, seu movimento político combateu de dentro e com sucesso as premissas expostas na I Conferencia Mundial de População, realizada em Bucareste, em 1974, planejada pela oligarquia internacional como uma grande plataforma de promoção do malthusianismo em escala global. No mesmo período, impregnado pelas falaciosas teses dos “limites ao crescimento” propagandeadas pelo Clube de Roma, LaRouche e seu movimento se aprestaram em denunciar o verdadeiro caráter e as intenções do nascente movimento ambientalista. Para refutar tais embustes, LaRouche escreveu o livro Não há limites para o crescifmento. No Brasil, desde 1989, a EIR e o Movimento de Solidariedade Ibero-americana (MSia) têm denunciado as maquinações ambientalistas anglo-americanas contra o País. Em junho de 1991, a EIR publicou o relatório especial O Brasil e os bastidores do “ecologismo” internacional, no qual expôe a estrutura e as motivações do aparato ambientalista para com o país. Em agosto do mesmo ano, o correspondente da EIR Lorenzo Carrasco prestou um contundente depoimento na Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do Congresso Nacional que investigava a ameaça de internacionalização da Amazônia. A partir de 1994, guando iniciou-se a publicação do EIR Alerta Científica e Ambiental, passamos a expor continuamente as insidiosas ações do mesmo aparato contra o avanço científico-tecnológico da energia nuclear para fins pacíficos em nosso país, bem como contra os principais empreendimentos de infraestrutura no Cerrado-Amazônia, principalmente os hidroviários, cuja óbvia motivação geopolítica é impedir que se replique na América do Sul o surgimento de um exitoso e poderoso “cinturão verde”, potencialmente apto a transformar-se no “celeiro do mundo” no século 21. Neste particular, em abril de 1997, a EIR publicou o relatório A Grande Hidrovia, no qual expôe as ações da oligarquia anglo-americana para bloquear a interligação das bacias do Prata-Amazonas-Orenoco. Igualmente, em numerosos artigos, palestras, debates e outras intervenções públicas, temos denunciado o caráter pseudocientífico da grande maioria dos argumentos que têm sido manipulados para sustentar o movimento ambientalista, como a apresentação distorcida de certos fenômenos atmosféricos (o “buraco” na camada de ozônio, o efeito estufa etc.), juntando-nos a alguns poucos defensores da verdadeira ciência que não se deixaram levar pela “correção política” predominante. Em paralelo com as denúncias, a EIR e o MSia têm promovido o “antídoto” contra a ideologia ambientalista-malthusiana, demonstrando os princípios sobre os quais deve basear-se um desenvolvimento socioeconômico autêntico, justo e efetivamente duradouro.
Tais princípios -os mesmos gue, historicamente, têm possibilitado o desenvolvimento dos países industrializados -encontram-se soterrados pela avalanche de irra ôonalismo vigente nas últimas décadas e têm sido resgatados e aprimorados pelo trabalho de Lyndon LaRouche e seus associados, especialmente guanto às propostas de programas internacionais de infra-estrutura e de reformu Jação do atual e insano sistema financeiro mundial, baseada na convocação de uma “nova conferência de Bretton Woods”. Nas úlàmas três décadas, LaRouche tem promovido uma série de diretrizes e programas econômi cos dirigidos ao estabelecimento de uma ordem mundial justa, na gual a relação entre nações soberanas seja o fundamento para o ingresso numa nova era de paz e prosperidade econômica. Em meados da década de 70, propôs a criação de um Banco de Desenvolvimento Internacional para substituir o FMI, destinado a financiar grandes obras de infra-estrutura no Terceiro Mundo. Em 1982, em face da crise da dívida das nações ibero americanas, elaborou a chamada “Operação Juárez”, um programa de restruturação do sistema financeiro baseado na formação de um “cartel de devedores” e de um mercado comum ibero-americano. Logo após a gueda do Muro de Berlim, seu movimento propôs o programa do Triângulo Produtivo Europeu, o qual dotaria as nações recém-libertadas do jugo comunista de uma grande capacidade de desenvolvimento e estabilidade regional, além da extensão de tal rede à região eurasiática. A erradicação do ambientalismo e do malthusianismo é funda mental para resgatar a Civilização da presente crise global com gue ela se defronta. A luta pelos grandes projetos de infra-estrutura é uma das fremes em gue se decidirá esta guerra pelo futuro do Brasil e da Civilização como a conhecemos. A presente obra visa a fornecer “munição”, sob a forma de idéias, aos gue se dispuserem a combater este bom combate.
UMA NOTA SOBRE AS FONTES
A elucidação dos propósitos e das intenções do movimento ambientalista são tarefas que exigem do investigador uma atitude e um méto do semelhantes aos gue proporcionaram a descoberta da “carta roubada” no conto homônimo de Edgar Allan Poe. As evidências e a documentação comprobatória estão praticamente à vista de todos os gue souberem como e onde procurá-las. Mesmo entre as organizações de planejamento estratégico situadas no topo da hierarguia do movimento, raros são os documentos gue, cedo ou tarde, não se tornam de domínio público. Entretanto, igualmente limitado é o seu uso para fundamentar denúncias eficazes dessa gigantesca operação de lavagem cerebral que é o ambienta lismo, o que apenas demonstra a eficiênciada mesma. Em sua grande maioria, as poucas exposições das falácias ambientalistas que têm surgido falham em seguir os tentáculos do movimento até a sua cabeça, representada pela cúpula da oligarquia internacional agrupada ao redor do chamado “Clube das Ilhas”, que tem a Monarquia britânica como primus inter pares. Por outro lado, é preciso cautela com as inúmeras falsas pistas que se apresentam aos investigadores mais apressados e descuidados. São documentas apócrifos, contrafações ou boatos, que, por infortúnio, têm circulado insistentemente enrre os setores da sociedade que estão se insurgindo contra as maquinações do “Governo Mundial”, e cuja persistência pode até mesmo desacreditar o esforço de desmascaramento do ambientalismo como instrumento das oligarquias internacionalistas. Um destes documentos é a chamada “Diretriz Brasil n” 4 -Ano 0″, supos tamente publicada por um inexistente Conselho Mundial de Igrejas Cristãs (a entidade real chama-se Conselho Mundial de Igrejas). Ainda hoje apontado como “evidência” da perfídia estrangeira quanto à Amazônia, o texto ganhou notoriedade nacional por ocasião da Assembléia Constituinte de 1987-88, quando, efetivamente, grupos ligados ao aparato indigenista-ambientalista internacional tentaram embutir na nova Constituição brasileira o conceito de “plurinacionalidade” para os povos indígenas. A Internet tem se tornado um veículo propício para a divulgação de desorientações do gênero. A elaboração deste livro se baseou fundamentalmente no conhecimento direto do movimento ambientalista, obtido ao longo de três décadas pela organização de Lyndon LaRouche por meio de um rigoroso trabalho de inteligência. Sempre que possível, foram citados os documentos originais escritos pelos ideólogos, estrategistas e agentes de influência do movimento. Com isto, esperamos que pelo menos alguns dos nossos leitores se disponham a seguir estas e outras pegadas e juntar-se ao esforço de desmascarar esses inimigos da Civilização.
Livro publicado no 2001 e reeditado, disponível no site do editor: https://capaxdei.com.br/product/mafia-verde-o-ambientalismo-a-servico-do-governo-mundial/ o em Archive.org: https://archive.org/details/mafia-verde-o-ambientalismo-a-servico-do-governo-mundial/page/3/mode/2up